quinta-feira, 24 de março de 2011

Calendário Afro!

Agora também temos uma nova aba "Calendário Afro!" que engloba várias datas importantes relacionadas à temática africana durante o ano. Com isso, podemos estar informados e também é possível que os professores desenvolvam atividades de conscientização e trabalhem essas datas com os alunos.

Reportagem sobre Racismo

Símbolos contra racismo, Adauto e Grafite lamentam novos casos

'Acho assustador saber que as pessoas ainda tratem um ser humano com diferenças por causa da cor da pele', diz ex-atacante do São Paulo" 

Por Fábio Lima Rio de Janeiro

Adauto, em ação pelo Zilina, da Eslováquia:
brasileiro sofreu na Europa (Foto: AFP)
     Em menos de uma semana, dois casos de racismo contra brasileiros foram registrados na Europa. No último sábado, o lateral-esquerdo Marcelo, do Real Madrid, foi chamado de macaco pelos torcedores do rival Atlético de Madri durante a vitória merengue por 2 a 1. Na segunda-feira, na Rússia, um torcedor do Zenit, de São Petersburgo, "ofereceu" uma banana ao experiente lateral-esquerdo Roberto Carlos. Dois símbolos da luta contra o racismo no futebol lamentaram as novas ofensas no estádio: o atacante Grafite, do Wolfsburg, que em 2005 denunciou o argentino Desábato em uma partida entre São Paulo e Quilmes; e o atacante Adauto, que está no Grêmio Prudente e chegou a ser protagonista de campanhas da República Tcheca após ser vítima do preconceito no país.

     - Acho lamentável e assustador saber que as pessoas, numa era de muita informação e avanço, ainda tratem um ser humano com diferenças por causa da cor da pele, sem contar também preconceitos políticos, religiosos e muitos outros. Essas pessoas se sentem tão superiores, por motivos que só eles entendem, mas são dignas de pena, pois quem não respeita um ser humano só pode ser digno dos sentimentos mais tristes que existem - disse Grafite, por e-mail, ao GLOBOESPORTE.COM.

Grafite e Desábato no momento que antecedeu o histórico caso de racismo (Foto: Diário de São Paulo)
     O atacante Adauto, do Grêmio Prudente, foi sofreu com racismo na Eslováquia e na República Tcheca, país em que chegou a protagonizar uma campanha do governo local contra o preconceito. Acabou virando um ícone na Europa e conhecedor de inúmeros casos. Mesmo consciente de que os russos têm um histórico de atitudes racistas, o jogador se mostrou surpreso com a ação contra Roberto Carlos.
     - No Leste Europeu é normal que aconteça, não sei como não o avisaram. Jamais imaginei que ocorreria com ele por toda a credibilidade que tem no mundo inteiro. No Zenit não é novidade e, neste caso, o Roberto é um atleta que tem mais visibilidade e isso aconteceu por que o Roberto Carlos foi jogar lá. No entanto, deveriam ter mais respeito com ele - explicou em entrevista por telefone.

Experiente, lateral Roberto Carlos não se abalou com ousadia do torcedor do Zenit (Foto: Divulgação)
     Para Grafite, o racismo é uma atitude contrária à essência do futebol e cita Pelé para lembrar que a união entre as raças é fundamental para o sucesso do esporte.
     - O maior jogador de todos os tempos é negro. Com isso já podemos responder essa questão. E, negros ou brancos, futebol é união e mistura das raças. O futebol, em si, não seria nada se não houvesse justamente esta integração entre todos os povos - concluiu.
Adauto vê o caso de Marcelo de maneira diferente: o sucesso do brasileiro e a vitória do Real Madrid acabaram aumentando a ira dos torcedores rivais.
     - Ele estava arrebentando no jogo. Aquilo foi um mecanismo de defesa, é um medo que as pessoas têm. O Marcelo estava fazendo a diferença e eles encontraram esse modo para agredi-lo - avaliou.

Globoesporte.com

quarta-feira, 16 de março de 2011

Biologia, Evolução e a Questão Racial

Evolução: A formação das Raças Humanas

     Looms (1977) explica a formação das raças branca, parda e amarela na espécie humana como um produto da seleção natural em que o agente seletivo seria a vitamina D. A vitamina D interfere na absorção do cálcio pelo intestino e na deposição de substâncias nos ossos em crescimento. A vitamina D é produzida na pele por transformação do dehidrocolesterol pelos raios ultravioletas de comprimento de onda de 290 a 320 milimicrons. Quantidades inferiores a 400 unidades internacionais (UI) de vitamina D levam pessoas ao raquitismo e quantidades superiores a 100.000 UI produzem hipervitaminose D, cujos efeitos seriam: calcificação múltipla dos tecidos, pedras nos rins ou mesmo a morte. Uma UI corresponde a aproximadamente 0.25 g de vitamina D.
     Looms (1967) explica que a taxa de vitamina D no estrato granuloso da pele é regulada pelo processo de pigmentação e queratinização do estrato córneo, que permite somente adequada quantidade de ultravioleta solar penetrar a camada externa da pele e alcançar a região onde a vitamina D é sintetizada. Assim, as peles negra (pigmentada), amarela (queratinizada), parda (razoavelmente pigmentada e queratinizada) representam adaptações no estrato córneo que facilitam a penetração na pele de raios ultravioletas nas latitudes norte e a dificultam na região equatorial de maneira a manter a vitamina D dentro dos limites fisiológicos na espécie humana. Um negro tendo 22.500 cm² de pele, sintetiza, durante um dia tropical de 40.000 a 90.000 UI. Já a carinha de uma criança norueguesa bem loira é suficiente para sintetizar 400 UI, em menos de 3 horas de sol.
     Tendo o Homo evoluído nos trópicos, seus indivíduos mais antigos deveriam ter sido negros e peludos (acredita-se que a adequada pigmentação permitiu a perda dos pêlos). Conforme migraram para o norte, deixando a região tropical, os menos pigmentados tiveram vantagens adaptativas. Ainda, mais para o norte, as crianças mais pigmentadas sofriam mais frequentemente de anormalidades ósseas, tornando-se incapazes de procurar seu próprio alimento e sobreviver. Murray (1934) diz que à medida em que o homem caminho para o norte, que possui regiões menos ensolaradas, uma doença - o raquitismo - acarretou a morte dos elementos da população que fossem mais pigmetados, o que deu a oportunidade para que indivíduos menos pigmentados pudessem se reproduzir, deixando descendentes cada vez menos pigmentados. Acredita-se, portanto, que a ocupação da Escandinávia e do Círculo Polar Ártico ocorreu após a seleção para cor da pele na espécie humana.
     A única exceção à correlação entre a latitude e a pigmentação da pele são nos esquimós. Não obstante sua pele ser pigmentada, não sofrem com altas taxas de raquitismo. Murray atribui isto à dieta rica em óleo de peixe e carne, que são alimentos ricos em vitamina D, tornando desnecessária a seleção para pele despigmentada.
     A pele pigmentada absorve mais calor que a pele não pigmentada. Um Yoroba africano reflete, por exemplo 24% da luz incidente enquanto um europeu, 64%. Com base nesses dados podia-se esperar que indivíduos pigmentados teriam vantagens em ambientes mais frios que indivíduos menos pigmentados. Entretanto, a seleção para ajuste nas taxas de vitamina D foi muito mais efetiva que a seleção para manutenção do calor corporal.
     O avanço da Biologia Molecular permitiu o desenvolvimento de técnicas para comparação de sequenciamento de aminoácidos no DNA de seres humanos de diversos grupos étnicos. O que estes testes apontam é que muitas vezes as diferenças genotípicas são mais acentuadas entre indivíduos de uma mesma raça do que entre indivíduos de raças diferentes. Conclui-se, portanto, que não há como separar geneticamente, mas apenas fenotipicamente grupos de indivíduos tomando a raça como fator.
     Existe, no entanto, um sentindo evolutivo para a existência de diferentes fenótipos na espécie humana. Geneticamente, pertencemos todos a uma mesma espécie, indistitamente. Qualquer tipo de categorização quanto ao estágio evolutivo dos diferentes grupos raciais não tem respaldo algum na biologia evolutiva, pois todos os organismos hoje vivos em nosso planeta, de uma simples bactéria ao Homo sapiens sapiens, representam o ápice bem sucedido de seu processo evolutivo. A existência de muitas raças ou variedades numa mesma espécie favorece a sobrevivência de todo o grupo, ou seja, de cada uma delas, pois a diversificação fenotípica resulta em variabilidade, sem a qual a seleção natural e o potencial adaptativo não poderiam operar.
     Quanta injustiça e sofrimento temos visto, ao longo da história da humanidade, por causa de uma simples vitamina! Quanto ódio, crueldade e preconceito parte da humanidade experimentou por causa da ignorância! Que cada um de nós possa testemunhar a verdade acerca do valor de cada ser humano, independente de sua aparência e do grau de pigmentação de sua pele. Que possamos olhar para as nossas diferenças fenotípicas aprendendo a admirar a grandeza do processo seletivo, capaz de criar tantos e tão belos modelos de seres vivos, que nunca deixarão de se transformar!

Referências
LOOMS, W. F. 1967. Skin-pigment-regulation of vitamin D biosynthesis in man. Science: 157(3788):501-506
MURRAY, F. G. 1934. Evolução, raça e cultura. Amer. Antropol. 36:438

  • Mais um artigo sobre raças humanas
Raça, evolução humana e as (in)certezas da genética - Clique aqui.

    Ensino de Inglês e a temática Afro

    Produção e pilotagem de materiais didáticos de inglês: uma abordagem racial

    O artigo abaixo tem como objetivo apresentar resultados parciais do projeto “Ensino Crítico de Inglês: uma abordagem racial” que visa a produção e pilotagem de materiais didáticos (MD) para o ensino de Língua Inglesa (LI), contribuindo para a discussão acerca de aspectos da cultura negra e colaborando com as Ações Afirmativas.O projeto e o material produzido estão em conformidade com a Lei 11.645/2008. As conclusões preliminares assinalam a extrema relevância em se produzir materiais didáticos que insiram a cultura negra no ensino de LI.

    --> Para ler o artigo completo, clique aqui.

    Geografia e a temática africana

    O uso de filmes no ensino de geografia: uma discussão sobre a representação da África

    O objetivo deste trabalho é apresentar um catálogo de filmes e documentários que abordam preferencialmente assuntos referentes ao continente africano. Este catálogo está sendo desenvolvido como parte do projeto de pesquisa “A Lei 10.639 e o Ensino de Geografia”, que busca analisar desdobramentos da Lei no ensino desta disciplina. Apresentaremos a metodologia de análise das películas que compõem o catálogo e que estão diretamente ligadas a um “temário” construído pelos membros do grupo de pesquisa, que tem no “Ensino de África” um de seus componentes.

    Para baixar o artigo completo: clique aqui!


    Mais sobre Religiosidade Africana!

    1. Indicação de Leitura

    - Artigo: Religiosidade Africana e Afro-Brasileira: identidade e originalidade --> clique aqui.
    - Texto em Blog: Religiosidade Africana --> clique aqui.
    - Blog observatório da Lei 10.639/2003 --> clique aqui.


    2. Indicação de filme


    - Documentário: Dança das cabaças: Exu no Brasil



    Trazido pelos escravos com outros Deuses do panteão Yoruba, Exu foi colocado à margem e passou por um processo de demonização que se inicia na missão católica na África e se estende no período colonial brasileiro, onde seus atributos originais foram ocultados. 
    Exu que na África era caracterizado como o princípio da vida, a força que move os corpos, a dinâmica, o senhor dos caminhos e das encruzilhadas, a principal ponte entre os mortais e as divindades que habitam o além, passa a ser visto como a personificação do mal perante o modelo cristão, devido ao seu seu símbolo fálico e seu comportamento astucioso.
    Dirigido por Kiko Dinucci, o filme passa pelas diversas vertentes das religiões afro-descendentes, dos candomblés (de tradição Nagô, Gege, Bantu), Tambor de Mina, passando pela Umbanda e Quimbanda. Dança das Cabaças-Exu no Brasil conta com participações de Sacerdotes e estudiosos.

    O filme está disponível na internet no You Tube e também pode ser encontrado clicando aqui


    Material para Educação Física

    1. Projeto Cultura Afro-Brasileira - Educação Física em Jundiaí

    Séries envolvidas: 1ª, 2ª e 3ª
    Com a implantação  da lei nº 10.639/03 de 2003, que tornou  obrigatório o ensino da história e cultura da África e dos afro-brasileiros no ensino fundamental e médio, faz-se necessário um trabalho contextualizado à partir de alguns elementos fundamentais dessa cultura: história, jogos e lutas, brincadeiras, musicalidade e as influências na cultura brasileira. Neste projeto dentro da disciplina de Educação Física foram contemplados os seguintes tópicos: música, brincadeiras, capoeira e maculelê. 

    --> Para ler mais informações sobre o andamento do projeto em Jundiaí, clique aqui.



    2. A Lei nº 10.639/03 e a Educação Física: memórias e reflexões sobre a educação eugênica nas políticas de formação de professores


    O artigo apresenta reflexões sobre a historicidade da Educação Física no Brasil, considerando a validade política da Lei nº 10.639/03 e analisando as políticas educacionais voltadas para a formação de professores. Promulgada no ano de 2003 a Lei 10.639/03 obriga a inclusão do ensino da história e da cultura afro-brasileira e africana nos currículos das escolas de ensino fundamental e médio. O texto foi escrito a partir de um dos capítulos da pesquisa de mestrado finalizado em 2008, na Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia. A completude do trabalho reforçou a necessidades de aprofundamento dos estudos étnico-raciais no campo da Cultura Corporal como condição elementar para que professores e alunos de Educação Física pudessem compreender, à luz da história, os desafios propostos pela Lei 10.639/03, especialmente na formação de professores.

    --> Para ler o artigo completo, clique aqui.


    3. Artigos do Centro Esportivo Virtual

    --> A Dança Afro-brasileira Como Conteúdo da Educação Física Escolar na Construção da Identidade Racial dos Alunos Afro-descendentes do Ensino Fundamental: Clique aqui  para ler.

    --> História e Cultura Afro-brasileira (lei Nº 10.639/2003): Um Desafio Para a Educação Física Escolar: Clique aqui para ler.

    quinta-feira, 10 de março de 2011

    Homenagem à Weila


    "Menino, presta atenção!!"



    O projeto do PIBID de História e Cultura Afro se iniciou no ano de 2010. Éramos, ainda, estranhos na escola, apenas estudantes que começaram a frequentá-la e a mexer no seu dia-a-dia comum. Nossa contribuição estava apenas começando.
    Queremos com este pequeno post homenagear a nossa primeira coordenadora, que abraçou nossa causa, defendeu nossas idéias e nos incentivou no inicio de nossa caminhada: nossa querida Weila, professora de história.
    Agradecemos de coração, sua contribuição valorosa! Apesar dos puxões de orelha no inicio e todos nós ainda inexperientes nessa jornada, estamos continuando esse importante caminho, que é contribuir para efetivação da lei 10.639, implementar o que nos é de direito: conhecer essa maravilhosa cultura e história africana!
    Sentiremos saudades!

    Indicação para Artes!


    Algumas indicações de leitura, bibliografia e plano de aula para trabalho de cultura africana na disciplina de artes.

    Leitura:

    Bibliografia

    Plano de aula: A arte africana e suas incluências
    Contém referencial teórico, mostra de máscaras, vídeos e danças, pinturas, esculturas e arquitetura, músicas, com o objetivo de introduzir o aluno em processos teóricos e práticos sobre os fundamentos artísticos da cultura africana. 

    Para ter acesso ao plano completo,  clique aqui. Ele também estará disponível na aba "para o professor!".

    Na escola: PIBID em ação!

    Na E. M. Dr. Gladsen Guerra de Rezende, todos os professores estão incluindo a temática da cultura afro-brasileira em seus planejamentos. Diante do questionamento de alguns sobre: "Como vou trabalhar essa temática?" o PIBID tomou a iniciativa de levar até eles algumas sugestões.
    Isso foi feito através de um mural disponibilizado ná área dos professores na escola que contém informações sobre a importância do estudo da história africana, bem como sugestões por área de trabalho.


    Essa informações também estão disponíveis aqui nos posts do blog, na aba "Para o Professor" e "Links Úteis".

    Plano de aula: Ciências!

     Plano de aula: Racismo e ensino de Ciências no contexto escolar: implicações nas relações sociais

    Autor SANDRO PRADO SANTOS 
    Co-autor Cláudia Regina M. G. Fernandes
    UBERLANDIA - MG
    ESC DE EDUCACAO BASICA 

    O plano de aula contém dicas e informações para o professor de Ciências trabalhar no combate ao racismo e discriminação em sala de aula, com auxílio de reflexões teóricas e um curta-metragem. A aula é realizada em 3 atividades, incluindo apresentação do curta, discussões e reflexões e fechamento com análises do tema. Contém indicação de sites para auxiliar o professor nas discussões e sugestões de métodos avaliativos.

    O que o aluno poderá aprender com essa aula?
    Essas aulas possuem um caráter de ações educativas de combate ao racismo e a discriminação. Dessa forma, o professor enquanto mediador poderá contribuir para que os alunos desconstruam estereótipos de inferioridade étnico-racial, valorizando a diversidade existente em nossa sociedade e principalmente no cotidiano escolar.

    Para vizualizar o plano de aula completo, basta clicar aqui!

    Porque devemos estudar a história africana??

    -> Clique aqui para ler as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana


    É preciso ter bons argumentos para responder a questões como esta. Um bom caminho a seguir seria o da utilização de estratégias que chamassem a atenção dos “ouvintes”(alunos ou mesmo outros educadores) para a importância da África na trajetória histórica da humanidade. É claro que também não podemos esquecer de enfocar seu rico e específico conjunto de sociedades e experiências culturais, sociais, econômicas e políticas.

    Alguns elementos para começar a refletir e a construir bons argumentos sobre a temática.

    1. O estudo da história do continente africano possibilita a correção das referências equivocadas que carregamos sobre os africanos, além, é claro, de tornar mais denso nossos conhecimentos sobre suas características e realidades.

    2. Devemos enfatizar e valorizar algo que está esquecido por muitos: nossa ancestralidade africana. É necessário que articulemos dados sobre a intensa participação africana na elaboração da sociedade brasileira com a ininterrupta tarefa de combate ao racismo e às práticas discriminatórias a que estão sujeitos diariamente milhares de africanos e afro-descendentes espalhados pelo mundo. Se não trabalharmos corretamente com suas características históricas não é possível construir imagens positivas sobre as realidades e sociedades africanas.

    3. Em uma perspectiva legal e jurídica da questão não se pode ignorar que, com a Lei nº. 10.639/03, o ensino da história da África nas escolas tornou-se obrigatório. E mesmo antes disso, os próprios Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) já estabeleciam diretrizes nesse sentido. Ora, se temos de ensinar, portanto, temos de saber como faze-lo.

    4. E, por fim, existe o caráter formativo/intelectual do assunto, o motivo de maior importância entre os apresentados. A África possui tantas escolas de pensadores, de artistas, de intelectuais, e contribuições para o entendimento e construção do patrimônio histórico/cultural da humanidade que é inadmissível simplesmente não estudá-la.

    COMO TRABALHAR A LEI 10.639/03?

    - Deve ser abordado na escola durante todo ano letivo e não somente em datas específicas.


    COMO FAZER VALER A LEI?

    - DEVE SER INCLUÍDA NO CURRÍCULO, NO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, NAS REUNIÕES DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES.


    O QUE NÃO PODEMOS MAIS FAZER?

    - Tratar a lei como curso, oficina, seminário para depois ser esquecida pelas escolas.


    COMO APROVEITAR O ESPAÇO ESCOLAR COMO NO MOMENTO PEDAGÓGICO PARA DISCUTIR A DIVERSIDADE?


    A identidade étnica passa pelas indagações:

    - Quem sou eu?

    - Qual a minha descendência?

    - Os meus antepassados, quem foram?

    - De onde vieram?

    - O que fizeram?

    - Qual o caminho da mudança?

    IMPORTANTE

    Que todos os envolvidos conheçam as definições legais relativas à elaboração pelas (próprias) instituições de ensino de seus projetos político-pedagógicos incluindo na organização do trabalho pedagógico a ser realizado no seu interior a temática das relações étnico-raciais e a História e Cultura Afro-Brasileira e Africana presentes nos seguintes dispositivos:

    LDB 9.394/96 – Lei que define as diretrizes e bases da educação nacional.

    LEI 10.639/03 – Lei que altera a LDB 9.394/96 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “Historia e Cultura Afro-Brasileira”

    PARECER CNE/CP 003 de 10/03/2004 e a RESOLUÇÃO CNE/CP 001 de 17/07/2004 – que instituíram e normatizaram as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.

    Documentos na íntegra nos sites: http://www.planalto.gov.br no link legislação/leis ordinárias e http://www.mec.gov.br/cne

    Ou com a professora Quirina Beatriz e alunos do PIBID.

    Essas informações também estão disponíveis na aba "Para o Professor", bem como sugestões de tópicos para trabalho por disciplina.

    quinta-feira, 3 de março de 2011

    2010: Consciência Negra - 20 de Novembro

    No dia 20 de novembro de 2010 os bolsistas colaboraram com um evento tradicional na escola, incluindo diversas demonstrações da cultura afro-brasileira como capoeira, hip hop e graffiti. Durante o evento foram feitas pontuações sobre a importância do Dia da Consciência Negra, igualdade racial, e importância do graffiti, hip hop e capoeira como manifestações culturais. Também foi possível observar uma rica interação e receptividade entre os alunos, a comunidade e as apresentações feitas. 
     
    Foram recebidos na escola o grupo Tabinha, o grupo de capoeira do Sardinha e o grafiteiro Carlinhos.
     
    A premiação do Concurso Redação, Poesia e Graffiti foi realizada durante tal evento e contou com prêmios cedidos pelo ROTARY CLUB, tais como bicicletas, mp4's e tênis.O vencedor do concurso do Graffiti teve seu desenho grafitado em uma das paredes da escola e pôde acompanhar todo o trabalho do profissional Carlinhos, junto com os demais interessados, que se informaram e conheceram mais sobre a arte de grafitar.
     


    2010: Concurso Redação, Poesia e Grafitti

    No segundo semestre de 2010, foi realizado um concurso com todos os alunos da escola: manhã, tarde e noite. O objetivo foi fazer com que os alunos expressassem artisticamente seus conhecimentos sobre 20 de novembro e a Consciência Negra. Eles se mostraram bastante empenhados a pesquisar sobre o tema para realizar os trabalhos propostos.
    Foi destinada uma semana para inscrição dos alunos, onde escolheram as modalidades que gostariam de participar. Era possível se inscrever em mais de uma modalidade. Posteriormente, os mesmos foram destinados para as salas que realizariam as provas do concurso sendo fiscalizados por um bolsista. O objetivo era garantir que os próprios alunos fariam os trabalhos com suas opiniões, sem a interferência de terceiros.
    O concurso contou com mais de 500 inscrições e foi bem auxiliado pelos professores, além de muito bem recebido pelos alunos.

    Abaixo uma foto dos alunos realizando as proposições do concurso:



    O material feito pelos alunos foi analisado pelos bolsistas e devidamente pontuado, chegando à classificação dos primeiros lugares de cada turno: manhã, tarde e noite. A premiação foi realizada no evento do dia 20 de novembro, contando com a colaboração do ROTARY CLUB.

    2010: Biblioteca Afro

    No primeiro semestre de 2010, os bolsistas do PIBID, visando cumprir a lei 10.639/03, organizaram na E. M. Gladsen Guerra uma Biblioteca Afro. Para tanto, foi realizado um levantamento na biblioteca na escola e separados todos os livros com a temática Africana. Tais livros foram dispostos em um armário exclusivo para a biblioteca afro e devidamente listados. 


    Dando continuidade ao trabalho, no primeiro semestre de 2011 os livros estão sendo registrados e etiquetados com números próprios. Com o auxílio de um instrumental de empréstimos, os professores poderão utilizar esse material para arrumar modos de inserir a cultura africana em suas aulas da melhor maneira possível.

    Postado por Karla Cunha

    PIBID - UFU

               Olá!
    Este blog trata-se de uma iniciativa do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência – subdivisão de História e Cultura Afro-Brasileira, que foi implementado na Escola Municipal Dr. Gladsen Guerra de Resende viabilizado pela CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior; pela Universidade Federal de Uberlândia.

    Visamos nesse blog divulgar o trabalho feito por nós, ‘pibidianos’ aqui na Gladsen Guerra. Pretendemos também disponibilizar bibliografia, vídeos, atividades, de apoio ao professor que já trabalha ou pretende trabalhar com a temática africana em suas diversas áreas do conhecimento que seja possível aplicar. E muito mais!!!

    Nos próximos posts visaremos a explicação mais detalhada do que seria o PIBID e responderemos as perguntas quando formos requisitados.

    Aproveitem o blog!