A
diretora Alba Maria Souza do Nascimento, de 46 anos, do Colégio Trasilbo
Filgueiras Foto: Reprodução / Extra
Geraldo
Ribeiro
Uma
mensagem de texto, com termos considerados preconceituosos, foi encaminhada no
começo de janeiro para um número de celular, mas, por engano, foi parar em
outro. Este foi o estopim da guerra entre a diretora e a então auxiliar de
coordenação de um colégio estadual no Jardim Catarina, em São Gonçalo.
A briga foi parar na polícia, onde o caso foi
registrado como injúria racial. E, depois, na Justiça, que deu ganho de causa à
diretora Alba Maria Souza do Nascimento, de 46 anos. Com isso, sua ex-auxiliar
Andreia Bello Meijinhos, de 39, terá de pagar à antiga chefe, negra, R$ 5 mil,
por danos morais.
A relação entre as duas profissionais, lotadas no
Colégio Trasilbo Filgueiras, não era boa, mas vinha sendo mantida num nível
amigável, desde que a diretora assumiu o cargo, após aprovação em processo
seletivo, em março do ano passado. O relacionamento, no entanto, azedou depois
que, inconformada com as mudanças promovidas na unidade pela atual direção,
Andreia resolveu desabafar com outro funcionário, através de um torpedo.
De acordo com o processo, ela teria escrito: “Não
suporto mais olhar p/os cornos dessa nega metida e arrogante...”. Andreia só
não contava que, em vez de disparar a mensagem para o colega, a tivesse enviado
para o número da diretora.
- Ela até tentou se retratar, me ligando no mesmo
dia, mas aí o estrago já estava feito - desabafou a diretora que, inconformada,
formalizou denúncia na 74ª DP (Alcântara) e entrou com processo por danos
morais na 1ª Vara Civil de São Gonçalo.
A Secretaria estadual de Educação informou que abriu
inquérito para averiguar os fatos e que, enquanto aguarda o resultado, manteria
Andreia afastada da unidade escolar. A defesa de Andreia prometeu entrar com
recurso contra os processos.
Advogada vai recorrer da sentença
A advogada Tania Maria da Silva Sol, que representa
Andreia Meijinhos, considerou exagerada a dimensão que o caso tomou, uma vez
que, ao perceber que o torpedo foi encaminhado por engano para a diretora, sua
cliente teria se apressado em procurá-la, por telefone, para se desculpar. Para
ela, se houve divulgação do teor do texto, foi feita pela diretora.
- Estão fazendo estardalhaço em cima de uma coisa
que não merecia essa dimensão - defendeu Tania.
Já a diretora argumentou que se considerou
humilhada, independentemente de o teor do texto ter sido divulgado ou não a
terceiros.
A advogada de Andreia disse que, na segunda,
pretende recorrer da sentença, junto à Turma Recursal, do Tribunal de Justiça
do Rio. Ela afirmou que não sabia do afastamento da sua cliente da escola e que
tentará também reverter isso. Tania disse que sua cliente passa por
acompanhamento psicológico desde agosto, por conta de estresse no trabalho.
Andreia não quis se pronunciar.
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