É preciso ter bons argumentos para responder a questões como esta. Um bom caminho a seguir seria o da utilização de estratégias que chamassem a atenção dos “ouvintes”(alunos ou mesmo outros educadores) para a importância da África na trajetória histórica da humanidade. É claro que também não podemos esquecer de enfocar seu rico e específico conjunto de sociedades e experiências culturais, sociais, econômicas e políticas.
Alguns elementos para começar a refletir e a construir bons argumentos sobre a temática.
1. O estudo da história do continente africano possibilita a correção das referências equivocadas que carregamos sobre os africanos, além, é claro, de tornar mais denso nossos conhecimentos sobre suas características e realidades.
2. Devemos enfatizar e valorizar algo que está esquecido por muitos: nossa ancestralidade africana. É necessário que articulemos dados sobre a intensa participação africana na elaboração da sociedade brasileira com a ininterrupta tarefa de combate ao racismo e às práticas discriminatórias a que estão sujeitos diariamente milhares de africanos e afro-descendentes espalhados pelo mundo. Se não trabalharmos corretamente com suas características históricas não é possível construir imagens positivas sobre as realidades e sociedades africanas.
3. Em uma perspectiva legal e jurídica da questão não se pode ignorar que, com a Lei nº. 10.639/03, o ensino da história da África nas escolas tornou-se obrigatório. E mesmo antes disso, os próprios Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) já estabeleciam diretrizes nesse sentido. Ora, se temos de ensinar, portanto, temos de saber como faze-lo.
4. E, por fim, existe o caráter formativo/intelectual do assunto, o motivo de maior importância entre os apresentados. A África possui tantas escolas de pensadores, de artistas, de intelectuais, e contribuições para o entendimento e construção do patrimônio histórico/cultural da humanidade que é inadmissível simplesmente não estudá-la.
COMO TRABALHAR A LEI 10.639/03?
- Deve ser abordado na escola durante todo ano letivo e não somente em datas específicas.
COMO FAZER VALER A LEI?
- DEVE SER INCLUÍDA NO CURRÍCULO, NO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, NAS REUNIÕES DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES.
O QUE NÃO PODEMOS MAIS FAZER?
- Tratar a lei como curso, oficina, seminário para depois ser esquecida pelas escolas.
COMO APROVEITAR O ESPAÇO ESCOLAR COMO NO MOMENTO PEDAGÓGICO PARA DISCUTIR A DIVERSIDADE?
A identidade étnica passa pelas indagações:
- Quem sou eu?
- Qual a minha descendência?
- Os meus antepassados, quem foram?
- De onde vieram?
- O que fizeram?
- Qual o caminho da mudança?
IMPORTANTE
Que todos os envolvidos conheçam as definições legais relativas à elaboração pelas (próprias) instituições de ensino de seus projetos político-pedagógicos incluindo na organização do trabalho pedagógico a ser realizado no seu interior a temática das relações étnico-raciais e a História e Cultura Afro-Brasileira e Africana presentes nos seguintes dispositivos:
LDB 9.394/96 – Lei que define as diretrizes e bases da educação nacional.
LEI 10.639/03 – Lei que altera a LDB 9.394/96 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “Historia e Cultura Afro-Brasileira”
PARECER CNE/CP 003 de 10/03/2004 e a RESOLUÇÃO CNE/CP 001 de 17/07/2004 – que instituíram e normatizaram as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
Documentos na íntegra nos sites: http://www.planalto.gov.br no link legislação/leis ordinárias e http://www.mec.gov.br/cne
Ou com a professora Quirina Beatriz e alunos do PIBID.
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